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Um olhar sobre 1 ano de notícias sobre o tráfico de fauna no Brasil


Em 02 de Setembro de 2020, a Freeland Brasil lançava o projeto Observatório do Tráfico. Era a primeira edição do balanço periódico de notícias sobre o tráfico de animais silvestres no Brasil.


Onças, cobras, aves de toda cor e tamanho, insetos, aranhas, caranguejos, peixes diversos, tatus e até minhocas...poderia ser uma amostra da biodiversidade brasileira, mas exemplifica algumas das muitas espécies ameaçadas pelo tráfico de fauna silvestre.

Após um ano acompanhando as notícias sobre este crime, chegamos a uma triste marca. Neste período, pelo menos 59.300 animais vivos foram recuperados durante as ações de combate ao crime. Centenas destes animais vieram a óbito em consequência das condições em que eram mantidos durante as práticas ilegais, da falta de centros de recepção de fauna, ou ainda da escassez de recursos desses centros. Mais de 1.700 outros animais foram também apreendidos, mas eram animais já abatidos, sem contar os mais de 130.000 kg de pescado e 25.000 kg de carne de caça ilegais e outros produtos como ovos, peles, troféus e souvenirs. A grande maioria de todos os animais apreendidos eram aves.

A maioria das espécies alvo deste crime são nativas da nossa fauna e algumas tem suas populações naturais tão reduzidas, que já se encontram ameaçadas de extinção. As espécies exóticas, aquelas que ocorrem naturalmente fora do país, também compõem a lista de animais traficados. A presença de animais exóticos no país é motivo de preocupação. Espécies exóticas podem se tornar espécies invasoras, o que representa uma ameaça não só para as espécies nativas como a todo o ecossistema, além de poderem atuar como vetores de novas doenças.


Apesar de serem números expressivos, todo este volume reflete apenas parte do que o crime de tráfico de fauna representa no país. Isto porque nem todos os crimes contra a fauna são autuados e noticiados, bem como nem todas as notícias registradas neste levantamento reportam o número total de espécies e animais recuperados ou mortos. Ou seja, as mais de 1100 ações noticiadas na mídia durante este último ano, representam apenas parte do trabalho diário de diferentes instituições responsáveis pela fiscalização e aplicação da lei no combate às atividades ilícitas envolvendo a fauna silvestre, entre estas: Polícias Civil, Militar, Federal, Militar Rodoviária, Rodoviária Federal; Secretarias e órgãos governamentais ambientais como as organizações estaduais de meio ambiente, o IBAMA e o ICMBio.


A notícias indicam que o crime do tráfico de fauna é recorrente e ocorre quase que diariamente em todos os estados do Brasil. O Observatório do Tráfico continua de olho.


Clique na seta lateral para ver mais imagens:
Esta edição especial do Observatório do Tráfico reúne as informações publicadas em plataformas digitais de notícias e com conteúdo aberto ao público, referentes a ações de combate ao tráfico ocorridas entre os dias 05 de Setembro de 2020 a 05 de Setembro de 2021.

O Observatório do Tráfico faz um levantamento das ações de combate à coleta, manutenção, transporte e comércio ilegal de fauna silvestre no Brasil. Seu objetivo é contribuir para a conscientização sobre esse grave problema e também mostrar o trabalho intenso e incansável de diferentes instituições de fiscalização e aplicação da lei.


Os dados recolhidos pelo Observatório do Tráfico são das ações que foram noticiadas pela mídia e/ou pelos sites oficiais das instituições que realizaram as autuações. É importante ressaltar que muitos animais comercializados ilegalmente não são detectados e apreendidos. Além disso, nem todas as ações de combate ao tráfico de fauna são noticiadas e, portanto, acabam não sendo incluídas na compilação do Observatório.


Como algumas notícias não informam a quantidade exata de animais apreendida por cada espécie, nossa estratégia de análise dos dados é conservadora e consideramos o número mínimo de animais envolvidos.



O Observatório do Tráfico é uma iniciativa que integra o Projeto InfoTrafi da Freeland Brasil.



Conceito e Coordenação | Nadia Moraes-Barros

| Juliana Machado Ferreira

Base de Dados | Railiane Abreu

Edição, Website e Redes Sociais | Jana Monteiro

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